CURSO DA HISTÓRIA: DA ALQUIMIA À NANOTECNOLOGIA!
A velha alquimia, em que o alquimista, para transformar a matéria, trabalhava com condições drásticas, por exemplo, fusão e calcinação, o que lhe privava da possibilidade de estudar os compostos orgânicos, sendo a química, sobretudo, mineral (lembrar das técnicas usadas na investigação da Pedra Filosofal, sólido misterioso capaz de transformar outros metais em ouro, e também na fabricação do Elixir da Longa Vida e da Panacéia, o remédio de propriedades miraculosas).
Os contornos de ciência moderna e objetiva, e a tecnologia microeletrônica (e nano).
A nanotecnologia no "chip": as válvulas se tornam jurássicas?
A ciência denominada "dura" encontra a maciez na poesia
CANTOS
Carlos Vogt*
A natureza em si, ou a natureza para a consciência que se tem dela, O movimento na substância das coisas,
As coisas no movimento substantivo das formas,
As formas da consciência na percepção do fenômeno observável,
O observador como parte da observação, no observado,
O conhecimento aos saltos luminosos de massas e energias indesnudáveis,
Mas nuas no experimento fundador,
A orquestração de fórmulas perfeitas, acabadas, consistentes,
Belas em sua verdade abstratamente imperativa,
Sensivelmente intangível, empiricamente indemonstrável,
Dualidade de mundos, multiplicação de universos,
Dobraduras do tempo e do espaço,
Rugas infinitas do espaço-tempo!
* Carlos Vogt é lingüista e poeta, atual presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP e professor titular em Semântica Lingüística da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desde 1969, onde foi reitor entre 1990 e 1994.
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Recorro ainda ao maravilhoso texto do professor Carlos Vogt, O salto cântico da Física: "Einsten passou os últimos anos de sua vida buscando encontrar uma teoria que unificasse a Mecânica Quântica com a sua Teoria da Relatividade Geral. Muitos deram prosseguimento a essas andanças, viajando por universos paralelos, universos-bebês, universos inflacionados, buracos de minhocas, supercordas e outras metáforas engenhosas e imaginativas mas absolutamente imensuráveis.
Da indeterminação à incerteza e desta à formulação epistemológica da filosofia de Popper foram passos conseqüentes que levaram à formulação de uma visão probabilística e não mais racionalista da verdade. Desse modo, a ciência aproxima-se da verdade, mas não chega a ela jamais: a revelação é impossível. A refutabilidade da teoria como método dinâmico para a superação contínua do conhecimento pelo conhecimento traz implícito um conceito logicamente negativo da verdade: prova-se o que não é, mas não o que é verdadeiro e, assim, evita-se o pavor do encontro definitivo com a Resposta que, se enunciada, nos condenaria a todos a um estado beatífico de inutilidade existencial.
Da indeterminação à incerteza e desta à formulação epistemológica da filosofia de Popper foram passos conseqüentes que levaram à formulação de uma visão probabilística e não mais racionalista da verdade. Desse modo, a ciência aproxima-se da verdade, mas não chega a ela jamais: a revelação é impossível. A refutabilidade da teoria como método dinâmico para a superação contínua do conhecimento pelo conhecimento traz implícito um conceito logicamente negativo da verdade: prova-se o que não é, mas não o que é verdadeiro e, assim, evita-se o pavor do encontro definitivo com a Resposta que, se enunciada, nos condenaria a todos a um estado beatífico de inutilidade existencial.
Mas a refutabilidade de Popper, seria ela mesma refutável? E se sim, a engenhosidade cética do método crítico, conseguindo evitar o paraíso do conhecimento absoluto para preservar a fé e a esperança do homem na ciência, não impediria, entretanto, que a sua progressividade se precipitasse no inferno teórico da regressão infinita, o mesmo inferno aberto pela possibilidade de não haver nenhum fundamento básico para o mundo físico, mas apenas partículas cada vez menores que se sucedem, encaixadas umas nas outras, como bonecas russas ou caixinhas chinesas, infinitamente" (Ver: http://www.comciencia.br/reportagens/fisica/fisica01.htm) .
"Um homem propõe-se a tarefa de desenhar o mundo. Ao longo dos anos povoa um espaço com imagens de províncias, de reinos, de montanhas, de baías, de naves, de ilhas, de peixes, de habitação, de instrumentos, de astros, de cavalos e de pessoas. Pouco antes de morrer, descobre que esse paciente labirinto de linhas traça a imagem de seu rosto." (Jorge Luís Borges).

Escher
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